terça-feira, 18 de março de 2008

O sonho de João

(sem correção)

João acorda com o latido do cachorro no meio da noite, durante um sonho estranho, abriu a porta, e ao se sentir-se sozinho no meio da noite, não resistiu ao desejo de liberdade, e fugiu na madrugada fria.
Sabia que tinha um dia de vantagem, era o tempo que levariam para perceberem sua ausência, durante a fuga apagava seu rastro com folhas de palmeiras e com as mãos.
Ao amanhecer escalou montanhas, cruzou fronteiras e sentiu o gosto da liberdade por um instante, mas logo percebeu que tinha de continuar subindo rumo ao norte para permanecer vivo, enfrentando todo tipo de sorte, continuou seu caminho.
Em cada parada um nome diferente, Chico, Antonio, Matias, Pedro, Horácio, Tião. Desejando assim despistar o capitão do mato, que sabia ele, estava em seu encalço.
O Capitão do Mato, rastreador experiente, tinha fama de ter encontrado por volta de setecentos negros fujões, e de carregar outras sete mil mortes nas costas, estava atrás de João, obtinha uma informação aqui, outra ali, e assim foi desviando seu caminho ate rumar para o norte, à mesma direção que João tinha tomado.
Passaram-se os dias, passaram-se as noites, João na frente e o Capitão do Mato atrás, passaram serras, canaviais, brejos, descampados e matos fechados.
Mas o inevitável aconteceu, o Capitão do Mato encontrou João. Ao ver o seu algoz João sentiu frio no coração, sentiu que tinha acabado sua jornada rumo à liberdade.
O Capitão do Mato, homem ruim de expressão forte, fria, de coração sombrio, não falou nada, não perguntou nada, apenas acabou com a vida de João.
Antes de morrer, agonizando, João sentiu novamente o sabor da liberdade, e sabia que para onde ia, não Tinha Capitão do Mato que pudesse pega-lo.

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